Pode parecer estranha a pergunta, mas diante da decisão de mudar algo em nossos corpos devemos nos questionar o que nos motiva.
Querer melhorar a aparência, ter hábitos mais saudáveis, alimentar-se melhor, cuidar do corpo são atitudes que podem ser muito benéficas para a auto-estima e equilíbrio emocional de qualquer um. São sinais de um investimento em nós mesmos e importantes indicadores de saúde psíquica. O problema é que muitas pessoas tomam a decisão de mudarem seus corpos para se sentirem aceitos socialmente ou atender às expectativas dos outros. Acreditam que mais magros, por exemplo, serão mais amados, terão mais amigos ou namorados. Ser aceito e pertencer a um grupo são necessidades vitais para qualquer um, mas se atribuímos unicamente a nossa aparência a capacidade de se relacionar bem com os outros, deixamos de lado outras características pessoais importantes como caráter, humor, amizade.
Vivemos em uma época onde o padrão de beleza desejado é cada vez mais específico e distante para a maioria de nós. Com isso, muitas pessoas se esforçam para realizar mudanças, como emagrecer, não mais com o objetivo de ficar bem com sua aparência, mas tentando alcançar esse padrão, buscando os corpos que veem nas capas de revista. Não há nada errado em ter alguém para admirar, achar bonito e se inspirar, mas o que estou falando aqui é comparar-se com outras pessoas, acreditando que ter a barriga da fulana ou os bíceps do beltrano é a única possibilidade de ser feliz. Como somos seres singulares e cada corpo é único, dificilmente conseguiremos nos igualar com aquele “ídolo” que admiramos, ficando fadados a sentimentos de fracasso, desvalorização e baixa auto-estima.
Além disso, o bem-estar e a saúde deixam de ser os objetivos principais dessa busca, e em nome da vontade de se encaixar nesse padrão (seja de beleza, magreza, ou de músculos) e da crença de que apenas mais magros ou mais fortes agradaremos aos outros, enormes sacríficos são feitos, algumas vezes colocando até a saúde em risco. Essa é também a origem de muitos distúrbios alimentares sérios, como a anorexia, a bulimia e a vigorexia, mas falaremos mais detalhadamente deles em outro post.
É fundamental aprender a valorizar aquilo que temos de bom e aceitar nossas outras características (físicas ou não) que não consideramos tão “bonitas” ou “nobres”. Perceber que somos mais do que nossa aparência física, e quando nos relacionamos com os outros nos apresentamos com todo nosso ser. Independente do quanto pesamos, seremos amados por algumas pessoas e não agradaremos outras.
Mas isso não precisa ser sinônimo de acomodação. Gostar de nós mesmos como somos não nos impede de querer emagrecer, malhar e viver melhor. O que faz toda a diferença é para que fazemos isso. Enquanto nosso objetivo for atingir um corpo ideal, irretocável como as imagens feitas com photoshop, ou conquistar mais admiradores estaremos longe de encontrar felicidade. Porém se o emagrecimento e a atividade física forem parte de um processo de mudança interna, baseado em nossos próprios parâmetros de beleza e com a necessidade de estar bem e ter mais saúde como prioridade, estamos no caminho para integrar nosso corpo e nossa mente em um funcionamento mais saudável e equilibrado.
Show. Linda.
mto bom! texto manerissimo ;0)
Muito bom o texto! Eu tenho convicção que procurei a Dra. Júlia para melhorar meus rendimentos na atividade física, que é meu hobby preferido. Mas, mesmo querendo mudar por mim e para mim, confesso que o preço é um pouco alto, às vezes a gnt sai correndo pra casa pq não quer ficar sem jantar e ainda tem que fazer o almoço do dia seguinte rs To tentando frear pra recuperar minha vida social, mas como abrir mão dos objetivos já alcançados!? Pq é tão difícil achar o meio termo?! hahaha
Parabéns, Mabel! Muito bom texto, objetivo e altamente esclarecedor. Linguagem de fácil compreensão ao leitor mas muito bem escrito! SHOW!!!!!
Parabéns pelo texto. Era tudo que precisava ouvir por hoje.
Como sempre, maravilhosa! Sou suspeita para falar. Parabéns linda vc é sapiência pura!
Muito bom o post
Ótimo texto. Muito bem escrito, inclusive.
Texto lindo e esclarecedor ! Amei