Hoje vamos falar de um sintoma muito comum nos dias atuais e que muitas vezes torna-se um inimigo no processo de emagrecimento, a ansiedade. A própria dieta, no início, pode ser um fator ansiogênico, seja porque queremos resultados rápidos ou porque já ficamos pensando nas privações alimentares que teremos que passar. A boa notícia é que existem formas mais saudáveis de lidar com este sentimento, mas, para isso, precisamos conhecer a ansiedade e o modo como ela se relaciona com a alimentação.
Engana-se quem pensa que a ansiedade é sempre ruim. Trata-se de um sentimento presente em todos nós e, muitas vezes, útil para nos preparar para situações que envolvam algum risco. O problema acontece quando ela deixa de ser momentânea e adequada a um contexto de emergência e passa a fazer parte da nossa rotina diária, paralisando nossas ações. Falamos, neste caso, de uma ansiedade disfuncional.
Sentimo-nos ansiosos quando deixamos de prestar atenção no que está acontecendo agora para nos preocuparmos com o futuro, normalmente fantasiando coisas que ainda não aconteceram e seus possíveis resultados. Deixamos de reconhecer aquilo que precisamos no momento presente para nos ocuparmos de expectativas, não conseguindo encontrar formas de satisfazer estas necessidades. Há um acúmulo de energia, que não é colocada em prática na forma de ações concretas, gerando ansiedade.
Esse desconforto provocado pela ansiedade muitas vezes encontra na comida sua válvula de escape. Sem saber muito bem o porquê, saímos da dieta e atacamos o que vemos pela frente. Escolhemos qualquer coisa para aliviar esse incômodo. Às vezes nem se trata de um alimento tão gostoso, mas simplesmente o que está disponível para trazer alguma sensação de satisfação. Logicamente essa sensação dura pouquíssimo tempo e novamente estamos ansiosos, só que agora com mais um problema para resolver: a culpa e a frustração de ter saído da dieta.
Isso acontece, pois usamos o alimento como uma solução para algo que, neste caso, não tem nada a ver com fome. Tomamos o “remédio” errado porque não paramos para prestar atenção no “sintoma”. A comida é, de fato, uma fonte rápida e acessível de prazer, mas não é ela que vai dar conta daquilo que estamos sentindo quando estamos ansiosos. Precisamos encontrar outras formas de lidar com este salto para o futuro e construir atitudes mais eficazes no momento presente.
O autoconhecimento é uma ferramenta útil neste processo. Perceber que estamos ansiosos e identificar quais são os principais fatores que desencadeiam este sentimento são os primeiros passos. Dessa forma podemos nos consultar sobre quais as necessidades que estão por trás da ansiedade e o que pode ser feito agora para alcançá-las. Muitas vezes só conseguimos esta consciência com a ajuda de um psicoterapeuta, principalmente quando a ansiedade e as formas disfuncionais de lidar com ela tornaram-se hábitos já cristalizados. Não se trata de uma tarefa fácil, mas permanecer no momento presente é um aprendizado extremamente valioso.
Adorei esse texto e vários outros seus, Mabel!
Adorei amiga!
Obrigada Pri!
Ótimo! Mabel você é muito sábia!
Obrigada Mariana! Bjs