Essa semana tivemos, mais uma vez, uma discussão polêmica no Instagram do Frango com Batata Doce. Vários seguidores questionaram uma postagem onde Rodrigo dizia que tinha levado batata doce para um churrasco. Muitas críticas a esse nível de disciplina, como se isso “não fosse vida”, fizeram com que ele elaborasse uma resposta dizendo que esta é a rotina do casal e que eles são muito felizes assim. Resolvi então trazer esta questão para discutirmos aqui: É possível ser feliz vivendo sempre com as restrições de uma dieta?
A felicidade é um estado de bem-estar subjetivo muito discutido e estudado na psicologia. Não há uma definição única para ela, muito menos uma causa exclusiva para explicar porque determinadas pessoas se sentem mais felizes do que outras. Sabemos que ser feliz está relacionado à vivência de situações prazerosas, a poder fazer aquilo que gostamos. Sentimos bem estar ao atender a uma necessidade fisiológica (fome, por exemplo) ou a realizar um desejo subjetivo (como comprar um carro). Porém a felicidade não pode ser restrita a momentos de prazer, que são pontuais e acabam, ela é algo mais abrangente. A felicidade também está relacionada, por exemplo, à capacidade de se engajar profundamente nas atividades que realizamos. Em outras palavras, significa fazer coisas que gostamos e estar por inteiro nelas, concentrados e absorvidos pelo momento presente de forma que os problemas passados e as pendências futuras deixam de estar em foco, e até a percepção do tempo fica diferente: nem notamos ele passar.
Ser feliz, portanto, é algo particular da vivência de cada pessoa. O que para um significa satisfação pode ser sofrimento para o outro. No caso do Rodrigo e da Beta, alimentar-se bem é fonte de prazer e abrir mão dos quitutes do churrasco em nome da dieta não traz nenhuma grande frustração. É uma restrição aceita e tolerada por eles em nome do desejo de atingir outro objetivo, o de ter um determinado corpo. Porém, para outras pessoas, a restrição de seguir um plano alimentar é algo penoso, às vezes até tolerado durante a semana, mas estar em uma confraternização e não compartilhar daquilo que é oferecido (como comida e bebida) pode ser muito difícil, causar ansiedade e sofrimento. O mesmo pode ser dito sobre fazer exercícios físicos: determinadas pessoas conseguem um grau de engajamento na atividade física que dá a elas uma enorme sensação de bem estar, enquanto outras malham apenas “por obrigação”. Enquanto o primeiro grupo faz questão de exercitar-se sempre que pode, e sente-se feliz com isso, o segundo prefere trocar a atividade física por atividades mais prazerosas quando tem oportunidade.
Ou seja, a infelicidade não está na atitude de recusar as comidas do churrasco, mas sim na forma como ela é feita. A pessoa que abre mão de comer o que gosta e sofre com isso, deve se perguntar para que está seguindo esse caminho, qual o sentido que isso tem na sua vida. Nem todos tem o mesmo objetivo, ter um corpo considerado “ideal” pelos padrões atuais não é necessariamente um desejo de todos, uma vez que as prioridades e aspirações são particulares a cada um. O primeiro passo é identificar quais são as suas necessidades reais, aquelas genuinamente suas e que não estão relacionadas às expectativas dos outros. Em seguida questionar-se na hora de ponderar o que se quer abrir mão. Afinal, para ter saúde e um corpo ok são necessárias menos restrições do que para ser um atleta ou ter um corpo de fisiculturista, por exemplo. Dessa forma podemos compreender quais são as medidas necessárias para conseguir aquilo que queremos e se estamos dispostos a encarar o desafio.
Acredito que hoje as pessoas se baseiam muito no outro. O que o outro come, o que o outro fala, o que o outro pensa… Esquecem da individualidade, da particularidade de cada um. Fixam no estar e não no ser. Cada dia aparecem blogs, flogs, perfis e tudo mais no intuito de retratar uma rotina e compartilhar boas experiências e as pessoas as tomam como pura verdade ou criticam por que não dão conta de seguir a risca ou simplesmente pelo fato de criticar. Nem sempre a crítica é destrutiva, mas percebo hoje que muita gente tem prazer de vigiar tudo que aparece ao redor para falar que é “in”. Sinceramente não tenho a disciplina de vocês. Não os conheço. Nunca os vi. Gosto das coisas que postam, das receitas simples, dos exercícios, das dicas. Pronto. Gosto. Sigo se eu quiser, se acreditar, se tiver tempo, disponibilidade, vontade. Pessoas para criticar para o bem ou para o mal sempre existirão.. Só quero dizer que continuarei curtindo a rotina de vocês e parabenizando pela disciplina e cumplicidade de ambos! Tento fazer o meu melhor e cada dia que vocês postam novidades, me sinto muito bem em atrever adaptar à minha rotina! Felicidade à dupla!! =)
Obrigado Mara! 🙂
Concordo, Mara! Inclusive seria mais fácil se todos tivessem essa consciência de que as pessoas são diferentes, e nada é uma verdade absoluta.. A ciência não prega verdades absolutas, por isso tudo muda o tempo todo! Obrigada pelo carinho 🙂
Mabel sempre pontual. Post maravilhoso!
Rodrigo e Beta, muito legal a proposta do post. Eu acompanhei a polêmica em torno da foto e as críticas inabaláveis e desrespeitosas nos comentários. Eu tenho uma sugestão de post que seria vocês pedirem para a Júlia Engel fazer um texto específico em torno das “pequenas escapulidas”, ou comer “só um pedacinho” etc. Você disse muito bem na legenda sobre controle hormonal, pico de insulina etc. Porém, muitas pessoas não tem conhecimento e real noção das consequências; e , talvez por isso, apareça tantas críticas. Não sei se já houve um post desse estilo anteriormente, mas fica a dica para vocês. Parabéns, eu adoro todos os conteúdos e para mim o trabalho de vocês é TOP! Bjos Hanna
Realmente um ótimo post! Infelizmente a sociedade discrimina tudo que é diferente! Eu, por exemplo, levo sempre minhas marmitas, onde quer que eu vá, e as vezes, tenho que comer dentro do ônibus, quando volto para casa! As pessoas olham como se eu estivesse matando, ou algo parecido! Mas acham super normal consumir produtos cheio de gordura e de procedência duvidosa!! Enfim, o que importa é que somos felizes! Eu, particularmente, AMO minha dieta hahhahahahahhaha =DDD
É tudo muito relativo. Para algumas pessoas o prazer está totalmente ligado ao que ingere. Eu era assim. Tinha uma alimentação totalmente desregrada, comia feito louca e não praticava exercícios físicos. Em agosto do ano passado comecei a malhar, depois comecei firme na dieta. No início parecia loucura, mas com o tempo você vai vendo a diferença e vai curtindo isso. Começa a aderir às opções mais saudáveis em detrimento das coisas mais gordurosas e doces. É tudo questão de escolha. Hoje sou feliz fazendo receitas fitness, fazendo a versão light das gordisses que gostava. Mas é normal criticarem. A maioria das pessoas critica por não ter determinação suficiente para seguir uma dieta de forma de tão firme. As consequências de ingerir guloseimas ou apenas o que está determinado em sua dieta serão sentidas por quem ingere, então não há que se falar em certo ou errado, pois cada um decide, dentro do que escolheu para si. Se você escolheu ter um corpo saudável, obviamente vai abrir mão de determinados alimentos, ainda que goste muito deles e sentirá prazer nisso, principalmente se tem um parceiro para isso, como é o caso de vocês, que são um casal e caminham juntos em dieta e exercícios.
Sou super a favor de levar marmitinha em eventos e quem é brother, já tá acostumado com isso e não fica gralhando… pelo contrário.
Muito bom! É triste ver as constantes críticas a esse estilo de vida. Embora eu ame doces e outras coisas que engordam, a minha felicidade não se restringe à comer, mas sim a outras muito mais importantes. Rodrigo ou Beta, qual o site mais barato para compra de suplementos no exterior? É para ser entregue nos EUA, não no brasil. Agradeço desde já! 😉
Bernardo, confesso que não estamos por dentro de preços entre sites lá fora, o que podemos indicar são os sites que já compramos: bb.com, iherb.com e healthdesigns.com.
Simplesmente amo as postagens da Mabel, sempre muito elucidativas. Parabéns pelo texto!
Como diz minha vó QUEM CORRE DE GOSTO NÃO CANSA.
Então se a pessoa faz isso por vontade propria, certa de que é o melhor pra si, não vejo pq não poderia ser feliz né?
Pessoal, parabéns pelo blog! As matérias que vcs abordam são muito pertinente se esclarecedoras e vcs contam com um time de peso para ajudar vcs e a nós leitores e adeptos da atividade física.
Tenho uma outra dúvida quer não está relacionada ao post acima. Existe algum email para qual eu possa mandar a minha dúvida e vcs claro, se tiver ao alcance me responder?
Abs,
Camila
Lucidez extrema. O melhor post do blog até aqui.
Concordo plenamente com post, mas aí quando eu deixo de comer alguma coisa pra não sair da dieta já vem minha mãe, tia e amigos falando que eu preciso é de um psicólogo !!