Acredito que todo mundo quando lê posts e depoimentos de superação e textos motivadores de fitness fica com a sensação de que para mudar seu corpo, sua alimentação e sua vida basta ter força de vontade. Encontramos neste tipo de leitura mensagens como “é só querer” ou “qualquer um pode fazer isso”, como se fosse uma escolha simples, ser ou não “forte” para seguir esta rotina. Esta questão, porém, é muito mais complexa. Como veremos a seguir, o engajamento neste estilo de vida saudável e regrado, com dietas e exercícios, envolve muito mais do que ter ou não “vontade”, podendo inclusive estar relacionado com uma grave forma de adoecimento mental.
É comum passarmos por momentos da vida em que estamos desmotivados, não conseguindo encontrar ânimo para dar continuidade à rotina de exercícios ou alimentação. Isto pode acontecer por estarmos muito direcionados a um projeto específico de trabalho, envolvidos em uma questão pessoal ou apenas por excesso de compromissos de uma vida diária atribulada e cansaço. Estes episódios de baixa energia em uma pessoa saudável tendem a ser pontuais e no momento que organizamos melhor nossa rotina ou concluímos aquele projeto, voltamos a nos interessar pelas outras áreas da vida, como os cuidados com o corpo. É claro que muitas vezes precisamos de um “empurrãozinho” para voltar ter a motivação necessária e é ai que entram, por exemplo, o incentivo de amigos, de depoimentos de sucesso (tipo “antes e depois”) e de blogs como o do Frango com Batata Doce.
Em outras situações, a aparente “preguiça” pode esconder questões mais sérias. A constante falta de energia e ânimo para começar ou dar continuidade aos projetos de vida pode ser um sintoma de depressão. Engana-se quem pensa que a depressão se limita àquele quadro clínico clássico de tristeza profunda e de incapacidade de sair da cama. Esta é a forma mais grave do transtorno, porém existem outras manifestações mais sutis da doença, com sintomas distintos. A tristeza, ou humor deprimido, é apenas um dos sintomas presentes na depressão. Também podem fazer parte do quadro: anedonia (falta de interesse nas atividades diárias), alterações de peso não intencionais, distúrbios de sono, falta de energia, redução da concentração, da autoestima e da autoconfiança, ideias de culpa e de suicídio, dores físicas crônicas sem causas aparentes, dentre outros.
Em suas formas mais leves, a depressão pode ser confundida com preguiça, falta de força de vontade ou pessimismo. O que diferencia estes sentimentos comuns a todos nós de um quadro depressivo é a quantidade de sintomas presentes e o tempo que eles permanecem. Há também, na maioria das vezes, prejuízo no funcionamento da vida pessoal e profissional. Uma pessoa deprimida acredita que não é possível satisfazer suas necessidades, não consegue encontrar novas possibilidades e significados para os acontecimentos de sua vida, passando a viver em um estado constante de insatisfação. Não há uma causa única para a depressão, ela pode ser desencadeada por uma combinação de fatores genéticos, fisiológicos, psicológicos e situações traumáticas de vida.
A psicoterapia é uma aliada importante ao tratamento da depressão. Com a ajuda de um psicólogo é possível uma maior conscientização destas necessidades que foram abdicadas, resignificar aquilo que foi vivido e construir novas formas de buscar a satisfação. A atividade física também pode contribuir para o tratamento, pois traz benefícios físicos (como a liberação de endorfinas) e psicológicos, com a melhora da aparência física, da autoestima e ânimo, por exemplo. Em casos mais severos, é necessária a utilização de medicamentos antidepressivos, sempre com acompanhamento profissional adequado.
OLá Boa tarde! Faço terapia há 3 anos, e fui em busca de uma possível solução para o meu emagrecimento! Na terapia, acabamos abordando diversos assuntos, bem como nossa estória de vida como um todo, e também os fatos do cotidiano, relacionamento afetivo, familiar, enfim, toda uma abordagem em volta do que se passa com a vida daquela pessoa, e baseado nisso vejo que o terapeuta analisa os pontos fortes, os pontos fracos de cada paciente, e baseado nisso tentando encontrar caminhos para uma possível solução sobre as dificuldades/problemas mencionados! O que acontece, é que durante este longo período, continuo estacionada nesse mesmo patamar, não emagreci nada, muito pelo contrário engordei ainda um pouco mais, chegando agora a pesar 105 kgs, 1,68 altura, e sinto-me mais fortalecida para outros aspectos da vida, mas para o principal aspecto em que fui em busca, nada mudou! O que sempre me queixei para minha terapeuta desde o inicio, é que não consigo iniciar uma atividade física, e seguir em frente, dar continuidade, pois isso seria fundamental para o meu emagrecimento, não tenho animo, vontade de fazer exercícios, mas sinto que falta energia em mim, me sinto como se fosse um rádio com a pilha fraca, que fica falhando até parar, e qto as dietas, na verdade reeducação alimentar, sempre fui em nutricionistas, então no ápice do meu bem estar fiz 2 meses, e perdi 10 kgs, estacionei, parei a dieta, não tenho ânimo para continuar, além da vontade de comer doces (não sou diabética), parece que seria mais por uma ansiedade mesmo, nada compulsivo, mas para quem quer emagrecer, não poderia se apegar nesse tipo de alimento, enfim, já perguntei por diversas vezes se isto não seria um quadro depressivo, e ela diz que não, que faz parte do meu perfil….se eu mesma não me sinto bem, sinto que estou estacionada, como pode não ser um quadro depressivo? não quero colocar uma doença em mim, mas sinto que não estou sendo bem orientada, e por isso, estou a procura de uma ajuda! Se puder me auxiliar, ficarei muito agradecida,,,,,Obrigada, abraços, bjs
Oi Fabiana, é comum um trabalho terapêutico ir além da sua queixa inicial, abordando outros aspectos importantes da sua vida e que estão direta ou indiretamente relacionados com seu corpo e sua alimentação. Muito bom você já ter obtido conquistas e percebido o quanto o trabalho psicoterápico te fortaleceu como um todo. A profissional que te acompanha há tanto tempo é uma pessoa indicada para realizar qualquer tipo de diagnóstico sobre seu caso, uma vez que um sintoma isolado (falta de ânimo para malhar/fazer dieta) não é determinante de um quadro depressivo. Acredito que diante do vínculo e da relação que vocês já estabeleceram vale uma conversa sincera com sua terapeuta sobre essa sua questão, a dificuldade em ver mudanças na sua relação com a dieta e com os exercícios. Caso você não acredite mais que ela poderá te ajudar nisso, outro recurso seria encerrar este processo e iniciar outro, com um profissional diferente. Isso não significa que tenha nada de errado com sua terapeuta, apenas que cada processo terapêutico tem um alcance e um fim. Por último, vale o lembrete, nenhum terapeuta tem a fórmula mágica de deixar o paciente mais motivado e animado sozinho, isso é algo que vocês constroem juntos e que boa parte deve partir de você! Boa sorte e conte conosco nessa busca! Beijos
Olá Mabel Boa tarde! tudo bem?
Primeiramente obrigada pelo rápido retorno, e por se posicionar diante da minha questão.Me interessei muito em escrever, por ter lido algo que há tempos procuro, se existe alguma relação entre o meu estado com a parte onde se avalia o nosso humor, a nível cerebral.Inclusive abordei algumas vezes com minha terapeuta sobre esse processo que se norteia na dificuldade destas questões, como a dieta e a atividade física, porém na concepção dela, eu possuo um cárater depressivo diante das situações que vivo, e já vivi, mas não se enquadra num quadro de depressão como doença em si, e baseado nisto, me questiono, e vivo em busca de informações que possa esclarecer o que acontece no meu dia a dia, porque de qualquer forma estou como uma pedra estacionada num lugar, e que não se move para lugar algum, a não ser que alguém venha e a carregue, assim que me sinto! Então quando li neste site, e vi que poderia ter alguma relação, pois na matéria que li neste site, diz que pode ter uma ligação essa parte de falta de animo, disposição, com um caráter depressivo, e de imediato quis trocar informação, pois estou em busca de ajuda, como sempre estive, tenho esse ponto forte, pois não desisti, apesar de tudo, de não ver ainda uma retorno positivo nesta parte! Um progresso que tive foi com relação ao controle em comer doces, que já é um grande avanço, não que eu tenha ficado completamente livre disto, mas consigo ter um equilíbrio, e já excelente para quem deseja alcançar o emagrecimento.A terapia que faço somente para esclarecimento, é a psicanalítica, sei também que é mais longa, pois abrange não a situação em si que se vive, mas a vida da pessoa como um todo.Nesta minha atual situação, onde outros assuntos já forma tratados, ou melhor que já estão sob controle, algum outro tipo de terapia poderia dar mais resultado? Poderia me dar uma opinião sobre isso? Muito obrigada, e desculpe por estar questionando novamente, mas como encontrei este canal de comunicação achei que não teria maiores problemas…..abraços/beijos….Fabiana
Oi Fabiana, vamos lá. O desânimo e a falta de interesse característicos de um quadro depressivo normalmente englobam vários aspectos da vida, não são isolados a uma área apenas. Por exemplo, a pessoa deprimida não consegue reunir energia para malhar, para trabalhar, para sair com os amigos, etc. Não sei se esse é o seu caso, mas novamente te digo que para um diagnóstico mais preciso é fundamental um profissional que te acompanhe de perto, durante um certo tempo. Quanto a sua questão sobre as abordagens psicoterápicas, acredito que várias formas de trabalho terapêutico podem te ajudar. O importante é você conhecer um profissional que te passe confiança, que seja indicado por outras pessoas e que você se sinta à vontade para se abrir. A dica é experimentar! Uma abordagem diferente, com um novo terapeuta, pode ser interessante para te tirar da “zona de conforto”, que é comum acontecer depois de muitos anos com o mesmo profissional. Espero ter te ajudado! Boa sorte, beijos
Olá Mabel, Boa noite! Novamente obrigada pelo retorno!
Mabel sinto que muitas atividades que faço é por mera obrigação, como por exemplo trabalhar, como quase todas as pessoas, existe a necessidade, mas também tem um fator de insatisfação, então acho que neste caso não seria uma boa referência para uma avaliação.Mas por exemplo, comecei as aulas de inglês, e logo no primeiro mês abandonei, não senti mais vontade de frequentar, sinceramente me faltava ânimo, e eu estava com muita vontade de fazer as aulas, gosto muito, queria aperfeiçoar na verdade, e então logo na sequência comecei a academia, e logo no primeiro mês também desisti, simplesmente não tinha vontade de ir, mesmo sabendo que preciso muito neste momento, e além disso a faculdade que gostaria de fazer, estava super entusiasmada, e também desanimei, prestei o vestibular, e desisti…Já sou formada em outra área, mas este curso sempre tive vontade de fazer, enfim, isso não são dados relevantes? tudo isso que estou mencionando aqui, já foi passado para minha terapeuta, que inclusive também foi indicada quando procurei uma psicóloga, pois nunca gostei de tratar sem indicação, sempre muito bom mesmo uma referência, mas ela não me dá um diagnóstico, e também não saio dessa ciranda….Entendi suas recomendações, mas ainda assim, continuo estagnada, e a procura de ajuda! talvez eu procure outro profissional, esta zona de conforto faz todo sentido! Inclusive já pensei nisso, mas ela disse que ela não poderia me dar alta, e que eu estaria suspendendo a terapia por conta própria.
Obrigada mais uma vez…..abraços, beijos….Fabiana
Há um ano eu tive depressão, eu só achava que era cansaço por causa das atividades diárias e fim de período sufocante, mas quando vi que muitas coisas apareceram (como náuseas constantes, muito sono) eu comecei a me preocupar e procurei um gastroenterologista, e ele foi mais que um médico especializado pra mim, ele foi um psicólogo! Tivemos uma longa conversa (consulta), e ele me perguntou tudo da minha vida (eu chorava fácil, por tudo). De fato, eu não queria aceitar que eu estava naquele estado, eu só queria acreditar que eu estava mais uma vez com crises de refluxo e que ainda não tinha ficado boa da minha esofagite um tanto quanto recente. Mas ele foi claro comigo, e logo disse que meu problema não era somente o físico, mas meu emocional também estava abalado, foi então quando comecei a tomar ansiolíticos, e entrei pra atividade física – mesmo sendo difícil conciliar com as outras tarefas – e sem dúvidas isso me ajudou bastante. No mais, é preciso que nós mesmos queiramos nos ajudar, e dar o primeiro passo. Não deixei de ter problemas, e nem de ter um dia cheio de tarefas que parecem nunca acabar, mas eu sei que posso melhorar a cada dia, e cumprir com todas as minhas responsabilidades, e ser melhor pra mim mesma. Hoje, na academia fielmente eu vejo o quanto isso me ajuda, eu tenho coragem pra fazer todas as coisas que preciso, porque sei que estou cuidando de mim também. 🙂
Estou passando exatamente por isso. Botando muita pressão em mim mesmo por coisas que nem vieram a acontecer ainda. Acumulando o fato de nao ter mais animo de seguir minha dieta certa como no começo, as coisas pioram., Agora que li esse post fiquei mais preocupado ainda, @mmleitte
Matheus, a melhor coisa a fazer é procurar um profissional especializado para te ajudar neste momento difícil. Boa sorte!
Muito bom o artigo! Mas na verdade sempre fico numa encruzilhada: Ao mesmo tempo que perco a vontade de fazer atividade física como sintoma de um período depressivo, sei que a atividade ajuda na depressão…então me forço a ir mesmo não sendo prazeroso, esperando que alguma hora a endorfina faça efeito…..eventualmente isso acaba acontecendo!
Natália, essa é a chave para usar os exercícios como auxiliar no tratamento da depressão. Mesmo que sem muita motivação, insistir um pouco pode te ajudar a dar o “ponta pé inicial”. Com certeza não é fácil, mas depois de um tempo os bons resultados também te incentivam a continuar. Boa sorte!
Obrigado Mabel, estava precisando ouvir essas coisas. Venho de um processo de emagrecimento de 43 Kg, a base de exercício e reeducação e agora estou em fase de ganho de massa magra, mas estou colocando em check se é essa vida de exercícios, alimentação regrada que quero para mim. Irei procurar ajuda
Isso aí Ciro, procurar ajuda especializada é sempre a melhor opção! É importante refletir e se perguntar “para que” está fazendo isso. Caso contrário corre o risco de ficar reproduzindo um estilo de vida de outras pessoas e que pode não fazer sentido para você e para sua vida neste momento. Boa sorte!
Eu me motivei tanto no ano passado e emagreci 15kg. Tive alguns problemas e acabei engordando 5kg. Estou desmotivada para chegar na minha meta. Vou lembrar como eu era e me inspirar. Obrigadaa pelo post!
Ola Duda, não se desmotive com o pequeno “retrocesso”. O caminho para alcançar nossos objetivos não é mesmo linear, mas cheio de altos e baixos! O importante é seguir em frente. Beijos
Muito boa a explicação! Teve uma época que desanimei tbm, más acho que estava relacionado com as provas escolares.
Porém eu tenho uma duvida que foge totalmente do assunto. Tenho 17 anos e comecei a frequentar academia com 16. Com o tempo, meu corpo começou a desenvolver e ao mesmo tempo aparecer estrias embaixo do ombro, gostaria de saber se isso esta relacionado com a academia. Elas estão avermelhadas e fico até com um pouco de receio de utilizar regatas.
Comecei academia pesando 55 kg, atualmente estou com 66 kg, a mudança no peso pode estar relacionada tbm? Existe algum tratamento para ameniza-las? (Porque até onde sei, elas não desaparecem.)
Obrigado!
Ótimo texto