Quisera eu poder dormir em uma bolha sem gravidade, e parecer hoje que tenho 15 anos! Aos 60 quem sabe, pareceria uns 27. A maior parte das alterações físicas que sofremos com o passar dos anos são causadas pela gravidade. Rosto com bochechas pendentes, mamas flácidas, bumbum caído, barriga pulando para fora do cinto e até problemas na coluna e joelhos, tem seu fundamento na força que nos atrai para o centro da Terra.
A gravidade foi entendida primeiramente por Isaac Newton, e basicamente é uma força de atração em objetos com massa, um atrai o outro. Na prática: é o puxão que a Terra exerce sobre todos os habitantes e objetos deste planeta, conferindo um “peso” a tudo que aqui existe. Ela faz com que um copo que escorregue de nossas mão se esmigalhe no chão em segundos, mas também é a responsável por manter nosso planeta próximo ao sol em sua órbita, formação de marés e muitos outros fenômenos. Sendo uma força de atração, sua intensidade varia conforme a “massa” de cada planeta ou objetos envolvidos na interação, ou seja , aqui na terra temos um homem de 70kg, que ao viajar para marte pesaria 26,5 kg e sua barriga por maior que fosse ia demorar o dobro do tempo pra acabar com o elástico de suas bermudas, mas em Júpiter o peso de 177kg provavelmente impediria sua caminhada matinal.
Voltando ao nosso mundo azul, quem sofre mais aqui são as chamadas “partes moles” do nosso corpo (pele, músculos, gordura e vasos), e a associação de áreas que caem com áreas que não caem nos dão a característica das pessoas com o passar dos anos.
Seria o ideal vivermos sem ela? Achar um planeta que não exista ou que seja mais fraca?
Ruim com ela e impossível sem! Além de não existir a orbita que permite o sol aquecer nosso planeta, sabemos que astronautas que retornam das missões longas trazem alterações de envelhecimento, como atrofia de toda massa muscular responsável pela postura, e demoram um bom tempo para se acostumar e voltar o ritmo do nosso planeta. O ideal então é fortalecer a musculatura responsável pelo nosso equilíbrio, abdome , costas e pernas, que permitem nossa sustentação e enfrentar a força contraria a nossa postura em pé. Uma pausa durante o sono, deitado, ou alguns mais extremos que param de ponta cabeça como os yogues, trazem um suspiro a todos os tecidos que estão sendo tracionados, dando um descanso e permitindo uma recuperação.
Atletas e esportistas protejam-se: mulheres sempre devem correr com um top pelo menos, que sustente bem as mamas, as “siliconadas” então nem se fale. Os homens protejam joelhos e tornozelos com tênis apropriado, passadas mais curtas, e escolher entre exercícios longos com passada curta, ou nos treinos de explosão passada longa, mas duração curta. É possível que com o passar dos anos a terra sempre tente resgatar e puxar aquilo que lhe pertence? Aos poucos somos levados de volta ao solo, atraído para o centro de onde tudo começou, imprimindo o ciclo da vida? A única certeza disso é a invencibilidade dessa constante, um dia ela sempre ganha.
O envelhecimento é belo por si próprio, aproveite a viagem, não há bilhete de volta, o “velho” não é uma palavra estática, e sim fruto do tempo que traz bagagens, experiência e maturidade, é o guerreiro que suporta a gravidade, passando por tempestades e calmarias, quentes e frias, mas ela, a gravidade continuará sempre aqui. Por isso coragem!
“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” Guimarães Rosa, 1965.
Toma essa, Carolina Dieckmann….rsrrsrsrsrs………