Você já parou para pensar por que sempre depois do almoço ou no meio da tarde sente aquela vontade que parece irresistível de comer doces? Ou por que é tão difícil vencer a preguiça que bate exatamente no horário que você decidiu trocar o sofá pela academia? A resposta pode estar nos seus hábitos.
Levantar da cama todos os dias, escovar os dentes, tomar (ou não) café e fazer o percurso até o trabalho são exemplos de comportamentos que já estão no nosso “piloto automático”. No passado aprendemos a realizar essas tarefas, porém depois de tanto repeti-las elas se tornaram hábitos. Os hábitos são escolhas que, em algum momento das nossas vidas, fizemos deliberadamente, mas que com o passar do tempo deixam de ser conscientes. Continuamos fazendo essas escolhas diariamente, mas paramos de pensar nelas e os comportamentos tornam-se automáticos. Grande parte da nossa rotina é composta pelos hábitos, eles influenciam diretamente o modo como nos comportamos no dia-a-dia, muitas vezes sem percebermos.
O hábito tem uma importante função para o organismo. É graças a ele que podemos liberar nossa mente destas pequenas tarefas e poupar esforço para o que é novo ou mais importante. Quando o hábito surge, paramos de tomar decisões conscientes e nosso foco automaticamente se desvia para outras atividades. Por isso, em nome dessa economia de energia, o organismo tende a transformar qualquer padrão repetido em um hábito e tem dificuldade em abrir mão dele. A não ser que você deliberadamente lute contra, o padrão habitual irá se desenrolar automaticamente.
Ao mesmo tempo em que essa tendência é uma vantagem para nós, pode ser também prejudicial, pois o organismo não sabe a diferença entre hábitos bons e ruins. É muito difícil desfazer hábitos antigos, na verdade eles nunca desaparecem por completo. Porém, a boa notícia é que podemos substituí-los, criando novas rotinas e fazendo com que outros comportamentos também se tornem hábitos tão fortes e automáticos quanto os primeiros.
A construção de um hábito é muito complexa, envolve muitos fatores, e o primeiro passo para mudá-lo é se dedicar a conhecê-lo melhor. Quando, como e para que o comportamento habitual se repete? Por exemplo: em determinado momento de uma tarde de trabalho ou estudos você se levanta, abre a geladeira e come qualquer coisa que esteja por lá. Prestando atenção em como você está se sentindo nesse momento talvez você consiga perceber que está entediado, ou que se encontra diante de uma dificuldade na tarefa que está realizando e não necessariamente com fome. Você recorre à geladeira como hábito, para “pensar melhor” ou para aliviar o cansaço. Identificar o que de fato você está buscando abre a possibilidade de construir uma nova forma de atender sua necessidade real e criar assim um novo hábito, como por exemplo, dar uma pausa e se distrair um pouco com seu cachorro ao invés de assaltar a geladeira.
Não se trata de uma tarefa fácil, nem rápida. Para que um comportamento se torne um hábito a repetição e a insistência são necessárias. É comum as pessoas que se propõem largar antigos hábitos “tropeçarem” no meio do caminho, recorrendo ao comportamento anterior em algumas situações, sem que isso signifique um fracasso no processo. Além disso, demora algum tempo para que aquela nova rotina se torne agradável e automática, como quando iniciamos atividade física, por exemplo.
Por fim, é importante ressaltar que os hábitos não são todos iguais e as histórias de vida estão diretamente relacionadas aos hábitos que construímos. Um comportamento habitual pode refletir uma forma mais complexa de se relacionar com o mundo e com as emoções que já está rígida e cristalizada ao longo do tempo. Nesses casos, dar-se conta das causas de seus comportamentos automatizados e se desfazer antigos padrões tornam-se tarefas difíceis de serem realizadas sem ajuda profissional. Como afirma o escritor Mark Twain, “A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela, é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau”.
Boa parte do que foi citado aqui é quase uma cópia de trechos do livro “O Poder do Hábito”. Seria interessante se a autora do post citasse a fonte primária de tais ideias e conceitos, como estudos e pesquisas.
Texto show, Mabel! É sempre um aprendizado ler o que vc escreve. Parabéns!
Perfeito demais…!!! Eu sou a prova viva de habitos diarios ruins que venho tentando tirar…mas meu corpo ainda nao aceitou mto bem a nova vida rsrs
Explicação maravilhosa !
Nossa, fica mais fácil entender o que se passa conosco.
Um espetáculo de texto. É pra vida!