Fala galera!
Hoje muito se fala sobre treinamento de força e seus resultados. Sabemos que para adquirirmos uma vida saudável devemos estar em equilíbrio no famoso tripé da boa forma: treino, alimentação e repouso.
Sempre falo como a prescrição do treinamento deve ser individualizada, e com alimentação não é diferente. Reações acontecem o tempo todo dentro do nosso corpo quando treinamos, comemos, nos emocionamos, estressamos, dormimos, treinamos de novo, enfim, reações que podem determinar a aproximação ou afastamento de nossos objetivos.
Não é fácil controlar o sistema responsável por todas essas reações, ainda mais quando temos que lidar com tantas tarefas diárias, além da preocupação com treino e alimentação. Mas devemos perceber sinais que o nosso corpo sugere quando algo está errado, tais como: cansaço físico e mental além da conta, dificuldade em perder peso ou ganhar peso, irritação, dentre outros que sendo percebidos devem ser atentados. Grande parte da regulação necessária para o nosso organismo funcionar corretamente durante o dia a dia é controlada pelo sistema nervoso. Mas outro sistema é responsável por monitorar constantemente nosso meio interno, e se encontra em contato com praticamente todas as nossas células: é o sistema endócrino, que exerce seu controle através dos hormônios que libera.
Os sistemas nervoso e endócrino trabalham juntos para iniciar e controlar movimentos, e todos os processos fisiológicos que o movimento envolve. Por isso que atletas contam com a sinergia do treinador, do nutricionista e do médico especializado, o endocrinologista. E cada vez mais atletas amadores e amantes da atividade física buscam melhorar seu desempenho com auxilio desses profissionais.
Os hormônios – substâncias químicas produzidas por glândulas endócrinas – são lançados na circulação sanguínea e daí vão atuar em outra glândula, tecido ou órgão. Eles também têm papéis muito importantes para aspectos do exercício e do desempenho esportivo. Este é um tema bem complexo, e por isso concentrarei o assunto fazendo um link do sistema endócrino com atividade física para vocês perceberem a importância da consulta ao médico especializado para otimização de resultados!
Uma pergunta fisiológica poderia ser: exercício abdominal reduz gordura localizada? Gente, não existe nenhuma ligação direta entre músculo e tecido adiposo. O fator que pode interferir nesta questão são os receptores. Receptores são importantíssimos, pois eles fazem a interação dos hormônios com os tecidos receptores, ou seja, eles que controlam a atividade hormonal no tecido alvo. Portanto como somos todos diferentes, há diferentes números de receptores para nossos hormônios. Há uma queima maior na quantidade de gordura onde houver maior quantidade de receptor do hormônio. Em algumas pessoas obesas, por exemplo, o número de receptores de insulina (hormônio produzido pelo pâncreas) sobre células parece ser reduzido. E a insulina, meus caros, tem como uma das funções sintetizar a gordura. Isso significa que muitas vezes o sujeito se esforça na academia, na alimentação e mesmo em longo prazo os resultados não acontecem. Hora de procurar um médico, não é?!
Toco nesse assunto porque eu como educador físico sou muito cobrado – e com razão – pelos meus alunos, mas passo na maioria das vezes apenas uma hora do dia com eles para treinar e conversar sobre saúde, as outras 23 horas são tão importantes quanto esta, e vocês devem ter atenção aos sinais do nosso corpo.
Existem diversos hormônios relacionados ao exercício, mas eu levaria muitas páginas para descrevê-los. Falarei primeiro sobre a glândula tireóide, já ouviram falar?! Ela secreta dois hormônios importantes: Tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), que aumentam a taxa metabólica de quase todos os tecidos e podem também aumentar a taxa metabólica basal do organismo. Repararam na importância de se exercitar? Nós nascemos para isso, galera! Esses hormônios aumentam a síntese protéica (hipertrofia) e também a mobilização lipídica (emagrecimento), além de outras funções. E o melhor: eles são liberados em maior quantidade quando fazemos exercícios. Níveis mudarão de acordo com a intensidade da prática e/ou com desregulações hormonais, onde um endócrino deve investigar o caso.
Quem nunca ouviu falar do hormônio do crescimento, famoso GH?! Os amantes do treinamento de força adoram pois é conhecido como um potente agente anabólico e promove o crescimento e a hipertrofia muscular pela facilidade que tem em transportar aminoácidos para o interior das células. Também funciona como estimulador do metabolismo de gordura(lipólise), e curiosamente as concentrações deste hormônio produzido pela hipófise encontram-se elevados durante o exercício aeróbio, e esse aumento na produção acontece proporcionalmente à intensidade do exercício, mantendo-o elevado a níveis altos mesmo após a atividade. Viu?! Não basta só treinar força, fale com seu professor, pois mesmo quem visa hipertrofia deve também fazer algum cardio!
E aquelas dores e lesões nas articulações e ossos que por pouco já começam a doer? Também pode ter fundo hormonal. Não saia colocando culpa no seu professor. Quando identificado fraqueza nos ossos o profissional deve ter o bom senso de saber trabalhar dentro das limitações encontradas a fim de solucionar o problema. Por isso devemos estar ciente das capacidades do corpo humano.
Tudo isso são detalhes importantes na hora de prescrever a intensidade do treino de acordo com o objetivo de cada um. A prescrição envolve aspectos relacionados ao movimento e ao organismo interno também, é muito complexo, por isso o aluno deve criar uma empatia com o treinador para que juntos eles descubram a melhor maneira de moldar o treinamento personalizado!
Há também um hormônio chamado eritropoietina, produzido pelos rins, que regula a produção de substâncias essenciais para o transporte de oxigênio aos tecidos e pela remoção de dióxido de carbono, por essa razão este hormônio é extremamente importante para adaptação ao treinamento e à altitude. E detalhe: alguns atletas utilizam injeções desse hormônio esperando obter vantagem competitiva aos outros competidores.
E falando em trapacear, abordo este tema com muita cautela, pois todos os hormônios aqui citados são produzidos por nós mesmos. Há pessoas que a esmo, e ignorando sua saúde, aplicam esteróides exógenos como testosterona a fim de promover crescimento muscular e acabam esquecendo-se de certas conseqüências indesejadas como aumento dos ossos, aumento da bolsa escrotal, engrossamento da voz, aumento de pelos, imagine características sexuais secundárias de homem em mulheres?!?!
Mas enfim galera, muitas vezes por problemas hormonais um médico pode utilizar da modulação hormonal para gerar melhor funcionamento do organismo e impedir problemas de saúde, tema esse que eu deixo pro Dr. Theo!
Espero que tenham curtido o post, tenham menos ansiedade por seus resultados e mais percepção no dia a dia de vocês!
new balanceٷ
Adorei! quero muito me consultar com Dr. Theo! Parabéns pelo post
Otimo post Diogo! Mas por onde começar, ao chegar no consultorio do endocrino? Devo pedir pra ele analisar algum exame especifico? Abracos
O endócrino trata especialmente do sistema endócrino (que libera hormônios). O exame de sangue é usado para analisar as principais dosagens hormonais, e após sua análise pode-se partir para um exame de saliva, etc. 😉
Legal esse post. Ajuda bastante a esclarecer a função dos hormônios no nosso emagrecimento, hipertrofia muscular e saúde de forma geral. Parabéns.
Top!
Como todos os posts, mais uma vez, uma abordagem excelente de um tema que não é muito falado. Eu, por exemplo, sou “exemplo vivo” disso tudo. Estava em um ótimo caminho para conseguir meus objetivos, mas, por problemas emocionais, engordei 15Kg em um curtíssimo período e, hoje, sofro pra recuperar. Como foi falado, a sinergia entre minha nutricionista e meu endocrinologista tem sido de extrema importância para a “reorganização” do meu organismo. Rs..
As vezes desanima a demora, mas não me permito desistir.
Parabéns pelas publicações. É hábito entrar no blog já! rs