* Por Marila Loureiro Gomes, fisioterapeuta
Quem está acompanhando os jogos já deve ter notado as manchas escuras nos corpos dos atletas, sobretudo dos de natação. Trata-se do efeito colateral do “cupping”, terapia para aliviar dores musculares. O nome “cupping” é a forma ocidental –e que vem sendo utilizado para padronizar estudos científicos e também para o reconhecimento popular– de uma terapia milenar de origem chinesa, cuja tradução para o português seria “terapia por ventosas ou ventosaterapia”.
Ela vem sendo cada vez mais utilizada nos tratamentos de doenças e dores crônicas e em indivíduos que atingem performances de alto rendimento. O principal objetivo da técnica éfavorecer a limpeza corporal, atuando nas trocas gasosas, eliminando a toxicidade que afeta o organismo, regulando o pH sanguíneo e trazendo um consequente efeito de fluidez energética quando aplicada nos pontos ou meridianos de acupuntura.
O tratamento por ventosa consiste em trazer as células menos produtivas do sangue do interior do corpo para a superfície por meio de fortes absorções, recuperando essas células. Com o vácuo e a absorção na superfície do corpo, os vasos capilares e os poros se abrem, as toxinas são eliminadas, e ocorrem trocas gasosas, oxigenando o sangue e ativando a circulação sanguínea.
Existem algumas formas de aplicação da ventosaterapia. A escolha deve ser feita de acordo com o paciente, suas práticas e o objetivo a ser alcançado:
– Ventosa seca: ocorrem manchas ou hematomas de coloração vermelha, marrom, roxa ou até preta no paciente. Elas permanecem no local por até três semanas, promovendo a renovação e a ativação sanguínea.
– Ventosa molhada: promove a leve retirada de sangue antes de sua aplicação com agulha. Essa técnica também é conhecida como sangria, e é necessária a cauterização, de modo a evitar o surgimento de uma infecção. Além da troca gasosa, promove o equilíbrio do pH sanguíneo. A ventosa pode ser aplicada por cima de pontos dos meridianos de acupuntura, puncionada na pele, aumentando, ao mesmo tempo, o valor terapêutico uma da outra.
– Ventosa deslizante: evita o hematoma, causando apenas hiperemia (vermelhidão passageira). É um recurso interessante no dia-a-dia, pois, quando associada à massagem com um meio lubrificante, traz um extraordinário benefício de relaxamento físico-mental e bem-estar ao indivíduo, mantendo a flexibilidade e oxigenação dos músculos, além de eliminar as contraturas e tensões musculares.
A ventosa seca e a molhada permitirão a facilitação das trocas gasosas e a regulação do pH sanguíneo, mantendo-o numa faixa de acidez ligeira entre 7,2 a 7,5 e aumentando a vida média dos glóbulos vermelhos ao limpar os que se encontram degenerados. Trata intoxicação por substâncias químicas, remédios, gases e elimina todas as toxinas que também aparecem por decorrência dos treinos de alto rendimento e hipertrofia muscular.
Em geral, os principais benefícios dessas terapias são:
• Aumento do nível de cálcio do sangue;
• Ativação de secreção hormonal;
• Aceleração da digestão;
• Redução do nervosismo e auxílio contra o estresse.
• Melhora o aspecto de cicatrizes cirúrgicas;
• Fortalece os vasos sanguíneos, tornando a corrente sanguínea mais eficiente e evitando os infartos e derrames;
• Deve-se usar ventosa para combater comprometimentos da circulação, cansaço, formigamentos, dormências nos membros superiores e inferiores causados por esforços repetitivos e “overuse”;
• Ainda é bem-sucedida na eliminação de dores, tensões e contraturas musculares.
Os praticantes de todos os esportes e em todos os níveis de rendimento podem se beneficiar dessa técnica, pois a fluidez energética é um bem comum a todos, assim como a renovação, a ativação celular e sanguínea, o relaxamento e o alívio de tensões musculares.
O profissional deve estar atento ao bom senso na hora da aplicação e deve seguir os cuidados necessários e exigidos por lei para a aplicação com a utilização de agulhas.
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